Cérebro, aprendizagem e professor: Perceber-se dói?
Sabemos que a aprendizagem está muito relacionada com a atenção. Nosso cérebro começa a ser treinado, desde que nascemos, a focar naquilo que é importante e deixar passar informações menos interessantes ou desnecessárias para o objetivo almejado.
Para que a aprendizagem seja efetiva, alguns fatores como um ambiente calmo, pouca poluição visual, um bom tempo de sono e nenhum outro elemento distrator é de extrema importância. Esses elementos são cruciais principalmente na infância, pois nosso cérebro tende a concentrar-se em fatos que são considerados mais relevantes, que muitas vezes não estão atrelados, por exemplo, ao conteúdo da escola.
Nesse aspecto, o maior desafio fica para o professor em sala de aula. Hoje não é mais suficiente entrar e despejar nas crianças e adolescentes aquele monte de conteúdos cheios de definições e conceitos prontos. O ideal é inserir em suas aulas ludicidade, tecnologia e outras inovações capazes de conquistar a atenção dos estudantes e transformar o assunto trabalhado dentro de sala em prioridade para o cérebro naquele momento comunicativo.
O cérebro, extremamente seletivo, tende a focar sua atenção naquilo que é mais interessante para ele, e é ali naquele foco que será capaz de absorver todas as informações, sejam elas relevantes ou não para o momento comunicativo.
Durante muitos anos lecionei e leciono numa escola particular e já tive a oportunidade de lidar com crianças e adolescentes. Antes de conhecer um pouco melhor sobre o funcionamento do cérebro e como aprendemos, ficava totalmente incomodada com as crianças que, para mim, pareciam estar no mundo da lua, desatentas ou interessadas em qualquer coisa, menos em olhar para mim, falando sem parar ali na frente, coisas que não pareciam ser nada atrativas para eles.
Depois de concluir minha graduação, participar de cursos, oficinas e começar a pós-graduação, percebi, claramente (às vezes a gente até tem uma ideia do que pode ser, mas tenta não enxergar porque mudar de dentro para fora dói) que parte do problema não estava nos meus alunos, mas na metodologia que eu utilizava, que acabava sendo cansativa, repetitiva e enfadonha para meus alunos.
Naquele momento, me bateu um enorme desespero, me senti perdida em uma ilha. E agora? O que eu poderia fazer conseguir fazer meus alunos aprenderem de verdade!?
Em meio a tantas pesquisas, idas e vindas, comecei a modificar minhas aulas, levar jogos, perguntas desafios para o final das aulas, vídeos para analises, construção de murais e outras técnicas que visivelmente me trouxeram resultados em um espaço tão curto de tempo que nem eu esperava. Assim, eu não só consegui inserir nas minhas aulas aqueles meninos que pareciam não se importar com o que ensinava quanto o nível de rendimento da turma cresceu consideravelmente.
É importante que a gente reconheça que, às vezes, mesmo tentando e agindo achando que está fazendo o melhor, algumas estratégias precisam ser repensadas, aperfeiçoadas, modificadas ou, até mesmo, substituídas.Quando colocamos os alunos como centro do processo educacional e nos colocamos dispostos a agir segundo as demandas deles o processo de ensino e aprendizagem acontece de forma mais leve, mais cuidadosa e mais eficiente.
Referência Bibliográfica
COSENZA, RAMON M.; GUERRA, LEONOR B. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
3 Comments
Lidiane
Concordo plenamente. Muitas vezes esquecemos de repensar nossa metodologia , por isso que acredito o conhecimento abre horizontes e alargar olhares.
Samarrizia
Muito bom! Devemos constantemente repensar nossas metodologias, não podemos ficar engessados em um modelo de ensino que não está trazendo resultado.
Risete do Nascimento Rodrigues Silva
Olá eu sou a Risete Silva,professora do ensino fundamental l, ,da. Rede Estadual de Ensino.Graduada e. Pedagogia ,pós em Gestão Escolar e po s em psicopedagogia,cursando Neuropsicologia.Mais ainda estava igual aos meus alunos e pensava como o texto que fala da vida da Tatiane ,sem pespctivas e calada .Mais sempre tive aquela anciã de saber lidar com as dificuldades e os problemas que surgem no dia a dia,dentro da sala de aula.Eu pensava exatamente como o texto relata.Tive a oportunidade de atuar na supervisão há dois anos,la eu me encontrei,fazia um trabalho excelente,buscava a família para tentar descobrir o que estava acontecendo na família,todos me elogiaram porque de certa forma estavam vendo o resultado na escola.Os país agradeciam pela a minha ajuda.Então hj acordei com aquela vontade de ler?aprender,buscar tudo envolvendo a psicopedagogia.Abri o deve quem tava la a Tatiane Castro com textos belíssimos e maravilhoso,resolvi ler tudo e cheguei aqui,tema.O cérebro e aprendizagem do professor.Estou muito agradecida por todo este conteúdo ,tudo que li é exatamente como me sentia ou me sindo hj,mais agora com olhar bem diferente.A Tatiane está mudando a minha vida.Obrigada.Sou muito grata.