Maternidade e Educação

QUAL SEU ESTILO PARENTAL?

Muitos pesquisadores afirmam que além da genética, a maneira pela qual os pais educam seus filhos determina seu comportamento e influencia na formação de sua personalidade, bem como padrões em sua vida adulta.

Diana Baumrind (1966) criou um modelo teórico, baseado em questões como disciplina, demonstração de afeto, habilidades de comunicação, maturidade e controle propondo quatro estilos parentais: o autoritário, o participativo (autoritativo), o indulgente (permissivo) e o negligente.

Esses estilos são definidos a partir do grau de responsividade e exigência que cada um apresenta. Responsividade ou responsivo é o grau de aceitação e sensibilidade que os pais têm às necessidades emocionais e de desenvolvimento de seus filhos. São aqueles que costumam dizer: “Eu me importo com seus sentimentos.” “Eu vejo que você está frustrado. Vamos resolver esse problema.” Por outro lado, a exigência tem a ver com as expectativas que se tem em relação aos filhos. Há regras claras e tarefas estabelecidas, valores morais adotados pela família e pela cultura e nada pode sair daquilo que foi estabelecido e consequências caso não sejam cumpridas a risca. Em excesso, pode acarretar ansiedade nas crianças. Tanto a responsividade quanto a exigência devem andar em equilíbrio no papel dos pais. É essa variação que determina o tipo e/ou estilo parental.

Pais autoritários são mais exigentes que responsivos; mais rígidos no que diz respeito às regras, valores; pouco afetuosos, não se importam com os desejos de seus filhos; não valorizam o diálogo; recorrem a medidas punitivas, sejam verbais ou físicas; restringem a autonomia de seus filhos. O ambiente familiar é quase um quartel.  Como consequência, os seus filhos têm maiores chances de apresentar problemas de autoestima, pois suas opiniões não são valorizadas; se tornar agressivos, porque foi assim que aprenderam;  mentir para evitar punições; apresentar menor desempenho acadêmico; ansiedade; pouca autonomia emocional.

Pais permissivos são mais responsivos que exigentes. São centrados no filho; tem receio de rejeição e não serem amados; sentem culpa pela ausência no trabalho; tem pouca ou nenhuma regra, ou melhor, definem as regras, mas não são firmes em mantê-las; são tolerantes demais, não dando limites quando necessário; tem mais a função de amigos que de pais; são acomodados e superprotetores. Consequentemente, seus filhos podem apresentar problemas

escolares e comportamentais como impulsividade, egocentrismo, rebeldia;  boa habilidade social; boa autoestima; nenhuma autonomia emocional, ou seja, incapaz de regular grande parte das emoções enfrentadas e baixa tolerância às frustrações; pouca motivação ao êxito; agressividade. Há alto risco de envolvimento com drogas, uma vez que não aprenderam que há regras e limites.

Pais negligentes são pouco responsivos e pouco exigentes. São considerados ausentes. Geralmente este estilo parental é o que mais causa efeitos negativos em seus filhos. São insensíveis e indiferentes, não apresentam regras e limites, podem ser egocêntricos, não demonstram afeto, tendem à rejeição, não dão apoio emocional e mantém apenas a satisfação das necessidades básicas. São aqueles que não sabem onde ou com quem seus filhos estão, por exemplo. É importante destacar que nem sempre esse estilo de pais é intencional, pois alguns podem ter alguma doença crônica ou uso de drogas e/ou álcool ou estão sobrecarregados com muitos problemas. Os prejuízos causados nas crianças são intensos. Elas podem apresentar pior desempenho em todas as áreas, atraso no desenvolvimento, comportamento impulsivo e antissocial, delinquência, uso de drogas e álcool, tendência suicida, baixa autoestima e busca por modelos inapropriados para seguir.

Pais participativos são igualmente responsivos e exigentes. Estabelecem regras claras e firmes de forma afetiva, ao mesmo tempo em que deixam claro que os adultos estão no comando, sempre validam os sentimentos de seus filhos. São democráticos, valorizam o diálogo de forma positiva e otimista. Seus filhos geralmente apresentam alto desempenho acadêmico, boa autoestima, resiliência, habilidades sociais mais ricas, baixo nível de delinquência, cooperativismo, maior segurança na tomada de decisões, apresentam maior autonomia emocional e independência.

O primeiro processo de sociabilização da criança é seu núcleo familiar e neste ela recebe suas primeiras influências. Portanto, é imprescindível que se pense/repense o estilo parental e como pode afetar na vida de seu filho. Claro que os pais podem se ver em mais de um estilo, porém o mais importante é que se busque o equilíbrio e os pontos positivos de cada um desses estilos e ofereça o melhor para seus filhos.

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