SEU FILHO TEM DIFICULDADE EM MATEMÁTICA? VEJA QUAIS AS POSSÍVEIS CAUSAS

Muitas crianças ainda veem na matemática um bicho papão. Sentem-se perdidas diante dos enunciados e cálculos e consequentemente acabam obtendo resultados ruins nas avaliações.

Isso gera um descontentamento por parte da criança e também por parte dos professores e familiares, o que acaba alimentando mais problemas no aprendizado da matemática, fomentando um círculo vicioso.

As causas podem ser de origem orgânica, quando é vinculada a alguma condição que afeta os aspectos neurológicos da aprendizagem, ou podem ser ambientais, quando fatores externos prejudicam a aprendizagem das crianças.

Exemplo de fatores ambientais:

– A criança não recebe estímulos adequados do ambiente.

Tudo o que acontece a nossa volta são estímulos. Por isso, quando convivemos com crianças que precisam assimilar determinados conteúdos, devemos produzir intencionalmente estímulos que façam com que a criança necessite aprender aquele conteúdo, por exemplo:Pedir que a criança conte seus brinquedos gera nela a necessidade de entender o que são os conceitos de quantidade e número.

Conversar com as crianças sobre o preço dos das coisas, confecção de receitas culinárias, observação de números nos endereços… tudo isso mostra a criança a necessidade de aprender matemática.

– Outro exemplo, que eu também chamo de fator externo, mas que prefiro falar separadamente devido a sua importância é a dificuldade que não se encontra na criança que não aprende, mas no professor que não está preparado para ensinar aquele conteúdo.

Quando o professor não conhece bem as etapas de desenvolvimento da criança, ele comete erros que acabam por confundir a criança no entendimento do enunciado.

– crianças aprendem gradativamente sentido de mais, menos, maior e menor.  De início elas apenas entendem no sentido absoluto: “o que tem mais”, “o que é maior”.

Gradativamente a criança vai adquirindo habilidades de abstração e com isso consegue entender no sentido relativo: “ter mais que”, “ser maior que”.

Por isso é importante que o professor conheça em que fase do desenvolvimento a turma está, para não produzir enunciados que a criança ainda não é capaz de conhecer e por isso acaba ficando perdida e não fazendo a atividade, fazendo incorretamente ou acertando as respostas de acordo com a sorte.Fatores orgânicos:

Muitas crianças que tem aversão a matemática também são muitas vezes chamadas de preguiçosas. Elas podem, na verdade, estar apresentando sintomas de algum distúrbio, como:

• Distúrbio de memória auditiva:

1- A criança não consegue ouvir enunciados transmitidos oralmente ou

2- problema de reorganização auditiva: a criança reconhece o numero quando ouve, mas não consegue lembra-lo com rapidez.

• Distúrbios de leitura:

– Disléxicos podem ter dificuldade em ler os enunciados, e por isso acabam não sabendo o que precisam fazer.

Eles podem ter muito boa habilidade para resolução de problemas e cálculos mentais, mesmo sem decompô-los, já que possuem boa habilidade de visualização em 3 dimensões.

O disléxico, quando alguém lê para ele pode interpretar e realizar as atividades satisfatoriamente.

– Distúrbios de percepção visual: A criança confunde a forma dos números, e justamente por isso tem dificuldade em realizar os cálculos.

• Distúrbios de escrita:

– A criança tem dificuldade de escrever letras e números.

Existe outro transtorno, no qual a dificuldade da criança é especificamente na matemática: A discalculia. Para se fazer o correto diagnóstico, é preciso excluir todas as possibilidades acima.Na discalculia a criança apresenta diversos erros nas habilidades de contagem, computacionais e compreensão dos números.

Existem vários graus e subtipos de discalculia.

Para identificar essas especificidades e preciso realizar uma avaliação psicopedagógica.

O psicopedagogo é o profissional que vai identificar as causas dos problemas de aprendizagem e a correta intervenção para que a criança continue seu desenvolvimento de forma saudável.

Durante a avaliação é possível que o psicopedagogo encaminhe a criança para outros profissionais, como fonoaudiólogo ou oftalmologista, por exemplo, para exclusão de outros fatores que podem afetar a aprendizagem.

Caso tenham mais dúvidas sobre problemas de aprendizagem, deixem nos comentários ou fale comigo clicando aqui!

Beijinhos e até o nosso próximo encontro!

Imagens: Pixabay

Fonte: SAMPAIO, Simaia. Dificuldade de Aprendizagem: A psicopedagogia na relação sujeito, familia e escola. 2010.