Maternidade e Educação

ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO E MINDFULNESS

Mindfulness quer dizer atenção plena. Basicamente, quer dizer estar realmente presente, de corpo e pensamento, no que você está fazendo. Você já reparou como muitas vezes nos pegamos fazendo alguma coisa e pensando em outra?

Quando isso acontece, e acontece cada vez mais frequentemente, nós não estamos dando a devida atenção ao que estamos fazendo.

Pense por um minuto: se você está cozinhando, mas está pensando no que vai falar na sua reunião de trabalho, ou se você está fazendo um trabalho e pensando no médico que precisa marcar para seu filho, você não está colocando seu esforço, de forma exclusiva, em uma atividade. Na verdade, você está dividindo sua atenção e fazendo mais de uma coisa de maneira superficial. O grande problema disso é que assim você não consegue obter alto desempenho nem em uma coisa nem em outra.

Atenção plena é quando você está com todo o seu esforço mental e físico voltados para a mesma coisa.

Pessoas que conseguem imergir numa atividade dessa forma são muito mais eficazes e atingem o que Mihaly Csikszentmihalyi chama de: Estado de flow.

Nesse estado não sentimos o tempo passar e, realmente, somos felizes fazendo o que fazemos.

Você já se pegou tão imersa numa atividade que nem viu o tempo passar? É uma sensação de plenitude e satisfação em realizar uma tarefa.

Além disso, nesse estado conseguimos aprender muito mais em volume e em profundidade sobre o tema a que nos dedicamos.

Voltando à atenção plena, ela nos ajuda a nos tornarmos mais profundos independentemente da atividade em que estivermos trabalhando.

Você consegue perceber que se a gente se empenhar ao máximo para estar assim durante nossos atendimentos e nossas conversas, vamos aprender muito mais sobre as pessoas?

Como profissionais, para avaliar e intervir da melhor maneira possível, precisamos aprender o máximo que pudermos sobre as pessoas com quem estamos falando, nossos pacientes e suas famílias.

Avaliar nada mais é do que descobrir coisas sobre os pacientes. Coisas que nem eles mesmos conhecem.

Se durante meus atendimentos eu consigo estar com minha mente e toda a minha atenção voltadas para a escuta e os sinais que o paciente me dá, então, certamente, eu conseguirei conhecê-lo em profundidade, e ser muito mais assertiva em quaisquer ações durante meus atendimentos.

Nós já entendemos que atenção plena, ou mindfulness, é muito importante para sermos profissionais de excelência, realizarmos bons atendimentos e gerarmos ótimos resultados.

Será que você aplica o mindfulness nos seus atendimentos?

Se não aplica, é sempre bom se dedicar para aplicar e, para te ajudar, vou apontar alguns indícios comportamentais de que você está exercitando atenção plena nos seus atendimentos. Assim você pode se autoavaliar e perceber se deve se aprofundar e melhorar o comportamento que já vem tendo, ou se precisa mudar seu comportamento para o seu bem e para o bem do seu paciente:

O primeiro comportamento é a escuta atenta.

Você consegue de fato escutar na totalidade o que o paciente e sua família dizem ou você se perde em meio aos seus próprios pensamentos?

Durante os atendimentos, busque ao máximo entender o sentido de cada palavra que a outra pessoa está dizendo. É ali que estão as informações mais importantes. Você aprende sobre a pessoa e ela percebe que você de fato está interessada em ajudá-la. E isso faz toda a diferença.

Segundo comportamento: Mostre interesse e curiosidade.

Quando você está de fato empenhada em entender o que a pessoa diz, com certeza ela vai levantar fatos e você terá dúvidas sobre algo que ela disse.

Peça para ela reforçar algo, te explicar melhor algum detalhe ou faça algum comentário elogiando o que ela fez ou seu comportamento. Isso mostra que você está verdadeiramente atenta ao que ela está dizendo e que dá importância a isso.

É claro que você não precisa se comportar como se estivesse fazendo uma sabatina com a pessoa. Seja natural e apenas demonstre seu interesse genuíno em escutá-la e entendê-la.

Terceiro comportamento: Não faça julgamentos

Quando alguém está te contando algo e você faz julgamentos (do tipo certo/errado, bom/ruim…), você mostra que não está, de fato, interessada em entender a fundo para ajudar, mas sim, em bater o martelo como se fosse um juiz.

A melhor maneira de demonstrar que se importa, é por meio de perguntas para entender as motivações e interesses, não de apontar dedos.

Quarto comportamento: Não faça outra tarefa enquanto a pessoa está falando.

Agir dessa forma é a maior prova de que você não está tão interessada em ouvir.

Quando estamos atentos, olhamos para a pessoa e a escutamos.

Caso precise registrar alguma informação e não possa esperar até que a pessoa saia para fazê-lo, diga: Um momento, vou anotar isso que você me disse porque é muito importante.

E, por favor, nunca, nunca mesmo, use o celular durante a sessão. Isso é simplesmente inaceitável se não tiver alguma justificativa que envolva ter melhores resultados nos atendimentos.

Quinto comportamento: interromper a fala do paciente com assuntos diferentes dos objetivos ou da fala dele.

Isso mostra que enquanto ele está falando sobre um assunto, você está pensando em outra coisa. Fazer isso significa que você não está interessada no que ele diz e que você tem algo mais importante para dizer.

Espere que a pessoa tenha concluído um assunto para só depois introduzir outro.

Essas são apenas algumas formas de, durante uma conversa, demonstrar que você está interessada no que o paciente ou outras pessoas estão falando.

Você tem muito a ganhar com isso. Aprende e ganha a simpatia, apreço e respeito das outras pessoas.

Você tem praticado mindfulness nos seus atendimentos. Você consegue se envolver para dedicar atenção exclusiva e entender profundamente as pessoas que atende? Vou amar saber aqui nos comentários.

Que tal ajustar sua prática para ser muito mais eficiente no seu trabalho?

Um beijo e até a próxima!

Ah! Eu gravei um vídeo com esse conteúdo. Veja:

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